<
>

Quem é Caio Bonfim, medalhista de prata que superou pernas tortas para fazer história nas Olimpíadas de Paris 6g5c3a

play
É prata na marcha atlética! Caio Bonfim conquista medalha inédita para o Brasil nas Olimpíadas de Paris; VEJA (1:42)

Brasileiro terminou a prova em 2º lugar com o tempo de 1:19:09, e conquistou a primeira medalha do Brasil na modalidade (1:42)

A história foi feita na madrugada desta quinta-feira (1º). Na disputa da prova da marcha atlética, o brasileiro Caio Bonfim chegou em segundo para conquistar uma inédita medalha de prata nas Olimpíadas de Paris.

Com o tempo de 1:19.09, o atleta conseguiu superar as advertências recebidas na prova, manter um ritmo forte até o fim e levar a medalha. Mas, afinal, qual é a história do novo medalhista do Brasil?

Caio Bonfim nasceu, em Sobradinho, no Distrito Federal e cresceu no Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), fundado pelos seus pais para democratizar a modalidade na região.

O brasileiro de 33 anos ainda vive na cidade e, se foi no CASO que conheceu a Marcha Atlética, foram seus pais seus maiores incentivadores e atuais treinadores, também.

Mas foram há quase três décadas que Caio enfrentou seu primeiro adversário para não só vencer, como sobreviver. Aos 7 meses de vida, o menino de sobradinho teve uma meningite e, depois, precisou superar duas pneumonias. Entretanto, as dificuldades não pararam por aí.

Caio Bonfim era intolerante à lactose e, sem o consumo do cálcio, presente no leite, colaborou para seus ossos se fragilizarem. Assim, suas pernas ficaram arqueadas e tortas. Então, com três anos, o menino operou e os médicos pensavam que ele teria dificuldades para andar. Contra todas as expectativas, Caio não só andou, como marchou.

O brasileiro fez sua estreia olímpica na marcha atlética em Londres-2012, ficando no 37º lugar. De lá para cá, uma evolução impressionante. Na Rio-2016, flertou com o pódio e acabou em 4º na prova dos 20km. Em Tóquio-2020, era um dos cotados à medalha e terminou em 13º.

Nesse último ciclo olímpico, o marchador se colocou ainda mais entre os grandes nomes da modalidade. Caio Bonfim foi medalha de bronze no Mundial de Budapeste, na Hungria, no ano ado. Ele é o terceiro do ranking mundial na prova de marcha atlética de 20km. Agora, o brasileiro poderá ostentar uma conquista olímpica em seu hall.

Após a conquista, o brasileiro fez um curto desabafo sobre a valorização do esporte no país, além de piadas feitas com a marcha atlética em alguns momentos.

play
2:58
Craque das pernas tortas: Caio Bonfim flertou com futebol antes de trajetória que o levou ao prata em Paris 2024

Brasileiro flertou com futebol e superou adversidades na infância até iniciar trajetória que o levou ao pódio olímpico

“Todo mundo um dia viu a marcha atlética e pensou: ‘O que é isso? Que estranho’. E eu não. Era a profissão da minha mãe. Minha mãe fez índice para Atlanta e, por mudanças de critério, ela não foi. Estamos na nossa quarta Olimpíada e hoje eu posso falar para ela: ‘Nós somos medalhistas olímpicos’. Obrigado ao Brasil e a todos que apoiaram. Nessa prova aí nós não estamos brincando de rebolar. Nós somos uma potência. Nós somos medalhistas olímpicos”, disse à TV Globo.

“Eu brinco que o Brasil tem dois esportes: o futebol e o que está ganhando. Se você quer aparecer tem que estar nesse que está ganhando, e tomara que essa medalha possa abrir portas e dar mais investimento. Que essa medalha dê oportunidade para aqueles que querem fazer marcha atlética e viver dela”, completou.